sexta-feira, 25 de julho de 2014

Pelo de poodle produz lã e roupas para mascotes

Com informações da Agência USP de Notícias - 18/07/2014

Pelo de poodle produz lã e roupas para mascotes
Roupas para pets feitos com lã de pelo de poodle.[Imagem: Renato Nogueirol Lobo]

De pet para pet

Os pelos dos cães da raça poodle apresentam características virtualmente idênticas à lã de carneiro, e podem ser utilizados pela indústria têxtil para fabricar tecidos e roupas para os próprios bichinhos de estimação.
Foi o que demonstrou Renato Nogueirol Lobo, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.
Como os poodles já são rotineiramente "tosquiados" por seus donos, a lã poderá ser aproveitada sem nenhum inconveniente para os animais.
"Trata-se de uma alternativa para diminuir a quantidade de pelos descartados em pet shops por meio da reciclagem desses resíduos, que devem ter coleta especial," justifica o pesquisador.
Segundo Renato, para produzir uma tonelada de fio são necessários 600 quilos de pelos de poodle, uma quantidade obtida com a tosa de cerca de 800 animais.
"Os fios poderiam ser usados para produzir qualquer tipo de roupa, mas o foco do projeto é a reciclagem do pelo de cachorro para fazer roupa para outros mascotes," acrescenta.

Lã de pelo de poodle

Em comparação com as lãs tradicionais, os pelos de poodle são fiáveis em fibra curta, entre 12 e 40 milímetros, enquanto os de carneiro são fiáveis em fibra longa, entre 40 e 80 milímetros.
Os testes mostraram que o fio resultante é semelhante ao fio da lã de carneiro em relação à maciez, tingibilidade - capacidade de receber corante -, alongamento, absorção de líquido e isolamento térmico.
"Um leigo não conseguiria diferenciar um fio que foi confeccionado com pelo de poodle de um fio confeccionado com o de carneiro. Apenas pessoas com conhecimento técnico poderiam perceber a diferença ao analisar o fio e constatar que se trata de uma fibra curta", disse Renato.
Os melhores resultados foram obtidos com a mescla de lã de poodle e acrílico, produzindo um fio com 50% de pelos de poodle e 50% de acrílico.
Renato ainda não tem um plano de negócios com vistas a explorar comercialmente sua ideia, que dependeria da coleta dos pelos em diversos pet shops. Os testes iniciais foram feitos em parceria com uma indústrai têxtil.

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